sexta-feira, 13 de julho de 2012
Deus segundo Spinoza
sábado, 7 de julho de 2012
Literalmente
Hoje é dia de Rascunho, caros leitores!
Primeiro: O Rascunho é um jornal paranaense sobre literatura, senhores. Eu, como leitora assídua, me senti traindo o blog sem colocar sequer uma novidade sobre essa maravilha que acompanho. Tenho certeza que vocês adorarão (conto com a possibilidade de gostarem, no mínimo, de literatura crítica).
"Ah, mas você vai postar trezentos tipos de textos aqui?"...Não! Hoje trago-lhes algo mais rápido e, na minha mera opinião, mais eficaz do que muitas palavras bem escritas (ou digitadas, no caso).
Sem mais delongas, eis aqui a genialidade de Marco Jacobsen:
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Rascunho


domingo, 24 de junho de 2012
Miranda July
Olá, Literatos!
Hoje sairei da rotina. Que tal?
Vamos falar um pouco sobre uma escritora, dramaturga, cineasta, atriz e musicista de mão cheia: Miranda July.
Uma das produções da artista é Eu, você e todos nós, uma comédia dramática que, além de produzida, é também estrelada por Miranda. Assistam ao trailer:
Outra obra muito interessante, também de sua autoria, é o livro É claro que você sabe do que estou falando. A obra reúne dezesseis contos sobre o cotidiano (ouso comparar com o estilo de Clarice ao escrever Felicidade Clandestina). A excentricidade cai como uma luva ao livro, combinando com o título um tanto quanto grandioso e atrativo. Recomendo! Para quem estiver curioso (como eu fiquei quando a descobri), eis um aperitivo aos gulosos literários:
Espero que gostem da novidade e, buona lettura!
Olá, Literatos!
Espero que gostem da novidade e, buona lettura!
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segunda-feira, 11 de junho de 2012
Cativa-me pela necessidade
Entrou naquele cubículo pouco iluminado e sentiu-se no paraíso. Fechou os olhos e tentou captar cada segundo por sua fragrância. Não conseguiu de todo. Haviam mais três mulheres naquele lugar, todas "matando" o tempo e buscando suas velhas e boas amigas, as revistas culinárias. Ela não. Apenas vivia o tempo em cada passagem suave de dedos pelas capas duras e surradas daqueles livros. Eram mágicos. Eis que a vendedora lhe quebra o encanto e pergunta: "Posso ajudar?". Não, não podia...Ela não queria "comprar", ela queria reviver cada uma das histórias que estavam ali. Tirar do pó e dar-lhes vida, existência através da leitura compassada e cheia de deleite. Ah, a vendedora não compreendia. Parecia até rir-se por dentro. Cada louco que aparece naquele sebo. Quando ela saiu, carregava um sacola com alguns gibis e quatro livros. Foi cativada, jamais cativou. O que era regra, contrariou-se. Aquelas páginas amareladas davam-lhe o sopro de vida que faria de sua semana algo um pouco mais aturável. Aquilo era um vício: tragava as estórias como quem tem abstinência de pessoas e sensações. E, quando iam-se acabando as páginas, derrubava-se sobre ela um nuvem espessa de tristeza e solidão. Sentia-se oca. Até a próxima visita àquele mundo caridoso em que nada nem ninguém poderiam alcançá-la. Assim raiavam os dias de uma compradora de sonhos.
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domingo, 20 de maio de 2012
Poemas escolhidos de Gregório de Matos
Literatos, sinto muito por estar sem tempo para postagens e melhor elaboração de resenhas. No entanto, nada me impede de buscar blogs e sites de pesquisa sobre literatura em geral. Há algum tempo encontrei um blog (Mar de histórias: http://mardehistorias.wordpress.com/) muito interessante por sinal. Pois bem, unindo o útil ao agradável, resolvi postar aqui o link, contendo a resenha de Poemas escolhidos de Gregório de Matos e, para melhorar, o post deste blog contém um pouco sobre a história do nosso querido Boca Maldita.
Espero ajudar e, mais uma vez, peço desculpas pela correria.
P.S.: Agradeço à querida Andreia Santana por me autorizar a utilizar o link aqui no blog :)
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quinta-feira, 17 de maio de 2012
Disfarces de uma pessimista
Quando a boneca de pano toma forma, o mundo se assusta. Assusta-se pois uma falta de delicadeza assim, tão enorme, é demodê. Porque ser duro com o mundo é ser gigante aos indivíduos. Tudo balela. A boneca não sofre dores, não chora de saudade ou desilusão. Não. A boneca vive sorrindo, com seus babados a agradar os milhões de pares de olhos que a cercam. Ela não muda por medo de se mostrar, medo de sair do armário e gritar aos mil cantos o quanto viveu de olhos. Assim é o que se faz perceber. Ver o mundo como ele é, e só. Não é pessimismo, devaneio ou pura grosseria. A realidade deve ser bebida em longos goles, demorados e mornos, de acordo com o humor. Eu brindo a uma realidade que não será mais confundida com ignorância, mas com a sabedoria da dúvida. Uma verdade bendita, que emudece os corações moles e dá forças aos mais racionais. Pessoas, compreendam de uma vez por todas: viver não é só achar partes doces de um sonho ou destruí-los com base em desilusão. Viver é, na maior parte do tempo, experimentar as centenas de sensações que nos são dadas. É olhar nos olhos e dizer a verdade, mesmo que ela seja dura ou apenas ideológica. Sim, todos mentimos também. Sim, temos dias de bom e mau humor. Esse vai e vem de partículas de solidão forma o que conhecemos por momento. Enquanto eu puder sorrir, pular, chorar, gritar, demonstrar minhas teorias mirabolantes e ler meus livros velhos...Bem, eu serei tão feliz quanto pinto no lixo. Mas, quando me dizem que minhas palavras demonstram dureza e pessimismo...Ah! Nó na garganta, isso é certo. Não me importo da dissonância entre nossos tons. Sou dura, sim. Pessimista, posso até ser. Mas, tenho certeza de uma coisa: isso faz de mim a pessoa que muitos conhecem e gostam (ou fingem gostar). E, por decência à minha personalidade um tanto quanto louca, não mudo. Não agora, não tem porquê. Me amem ou me odeiem. Eu sou assim e ponto final (ou quem sabe umas belas reticências para provar meu senso de otimismo inconsciente)...
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quarta-feira, 9 de maio de 2012
Anjo Negro
Escrita em 1964, a obra Anjo Negro caracteriza-se pelo apogeu do escritor Nelson Rodrigues na área de literatura teatral brasileira. O autor teve por objetivo demonstrar o racismo da época, deixando claro a relação entre negros no teatro, sendo restritos a comédias e pouca valorização como atores. O trunfo de Nelson encontra-se em modificar a questão preconceituosa provando que, feliz ou infelizmente, há preconceito entre indivíduos de mesma raça, bem como o oposto. Também nota-se a questão política pela qual o Brasil passava (crise vindoura do governo Vargas e Golpe Militar em 1964, modificando completamente a forma de governo). Quando lançada ao público, a peça Anjo Negro foi censurada e liberada apenas em 1966.
O enredo discorre num espaço pequeno, contando apenas com a casa dos personagens e seu quintal. Se desenvolve no decorrer de 15 anos, tendo altos e baixos de acordo com surgimento de conflitos entre os personagens principais, que são:
- Ismael: médico negro, inescrupuloso e violento. Ismael tem extremo repúdio de pessoas negras e amor a cor branca. Cega seu irmão (branco) e sua "filha", sendo que no segundo caso mente à menina para enganá-la, dizendo-se o único branco na terra e homem puro de corpo e alma. Suas reações são brutais, nota-se pelo isolamento de sua esposa, Virgínia.
- Virgínia: esposa de Ismael. É branca e é violentada pelo marido. No início da trama, conta-se que a personagem sente desejo pelo noivo de sua prima e se deixa possuir. Sua prima, ao descobrir o caso entre os dois, se enforca. A tia de Virgínia se vinga da sobrinha planejando o estupro da mesma por Ismael. A principal característica desta personagem é a capacidade de usar de sexualidade para se livrar (ou se prevenir) das violências do marido. Tal característica a salva no fim da trama.
- Elias: irmão de criação de Ismael. É branco e traiu o irmão com Virgínia, engravidando-a de Ana Maria, menina também branca e que, assim como o pai legítimo, é cegada por Ismael.
- Ana Maria: filha do caso extraconjugal de Virgínia e Elias, Ana é inexpressiva e só aparece realmente no terceiro ato da obra. É abusada sexualmente e enganada pelo pai de criação, Ismael.
- Tia de Virgínia: mulher violenta e vingativa. Tem extremo ciúme e mania protetora pelas filhas que lhe sobraram (após a morte de sua filha que estava noiva), que são chamadas por ela de "velhas e encalhadas".
A astúcia utilizada por Nelson Rodrigues provou sua capacidade como escritor fiel aos fatos cotidianos e ignorados, tendo como método chocar o leitor, demonstrando através de seus personagens extremistas e problemáticos o que poucos autores tiveram coragem de mostrar na época: a realidade.
Para complementar a resenha, disponibilizo aqui no blog a análise feita no canal da Gazeta do Povo. Não consta o nome do professor responsável pela mesma, peço desculpas aos leitores.
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