quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Feito pra acabar


O ano está acabando, sim. Seria redundância minha te contar que houveram mudanças durante este período. O mundo continua a girar. É a lei da vida. Mas a essência do bicho humano não se altera. Eu usaria de hipocrisia, teria prazer em fazê-lo, ao lhe entregar palavras falando sobre um passado bonito, de um ano corrido ou sobre um futuro cheio de brilho e expectativas. Não sou hipócrita, sinto muito. Posso te contar um segredo. Quer? Se não, pare por aqui (sinto que você continuará). Então se prepare. Sabe, existe um sujeito que pode mudar seu mundo. Esse ser é confuso, é estranho em sua própria simplicidade e tem um punhado de magia dentro de si. Esse sujeito é você, amigo. Só você poderá escolher as lembranças que não irão pesar no bolso (lá vou eu falando de passado novamente!) ou projetar algo que te leve a transformar sonho em realidade. Não é a vida que moverá as pedras do caminho. Não é o ano que se transforma para ser bom ou ruim. Não são minhas palavras que mudarão seu modo de pensar (mas, por favor, me dê um pouquinho de crédito). Também tenho certeza que você sabe isso mas, de alguma maneira, esquece e se mantém reclamando do que passou ou pedindo um futuro mais açucarado. A resposta é você. E só. Pense bem e, quem sabe, no fim de 2012 poderá sorrir das memórias, parar de fugir da chuva gelada do passado e ter certeza de que não sabe nada do que irá acontecer no ano vindouro...E que essa é a vantagem!
domingo, 18 de dezembro de 2011

Manhã de sol



Não sou a maior fã de dias de céu azul e sol à pino, mas hoje me encanto. Uma brisa leve dança com as folhas de um verde vivo, um farfalhar doce de ouvir. Sinto o aroma do pé de limão que se mistura com o perfume de flores multicoloridas que se espalham no quintal. Sei que nesse momento meu violão descansa sob a cama recém arrumada e o café deixa seu gosto marcante em minha boca. Me sinto impedida de notar a manhã como um todo, tenho fome de detalhes. Agora o vento bagunça os cabelos da criança brincalhona do outro lado da rua, que sorri como se fosse a primeira vez que tal coisa lhe ocorre. O sol começa a devorar a sombra onde me abrigo. Encolho-me como que por reflexo. Não será esse o maior problema da existência humana? Assistimos ao show da vida encantados, mas assustamo-nos frente ao raio de luz que nos devora a zona privada do conforto. Uma palavra: medo. E apenas isso. Hoje desisto dessa companhia, estou me abandonando ao além do receio. Estico minhas pernas lentamente. Começo a sentir o calor queimar meus pés. Dessa vez, sorrio de alegria e desdém ao obstáculo imposto pelas amarras metafóricas.. Sinto a ironia de um queimar que me oferece abrigo. Liberto-me de mim mesma ao som dos passarinhos no céu azul.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Começo e fim


O mundo girou. Mudou meu rumo e o doido movimento das minhas pernas. Dos tropeços da vida tão recente, tão fresca e já tão velha. Velha. Palavra cheia de sentidos e pesos. Digo velha sim, sem mais explicações. Mas essa mudança me deu um novo caminho, que parece até ser doce. Uma reviravolta me fez repensar muito e criar ainda mais. Criar minhas novas expectativas, meus mais novos versos ritmados. A continuidade ainda me acompanha em certas manias: meu vício por chuva e seu cheiro sob as flores recém caídas; uns acordes socorristas; o prazer da palavra escrita e cantada; meu café forte e não muito doce. Uma vida de manias antigas que me fazem tão bem. Mas agora, enquanto toca a canção calma e limpa, eu penso no que me espera. Ou será que eu espero? A vida tem muito disso: esperas, atrasos e adiantamentos. Quem sabe, nessas minhas tantas neurastenias, eu não acabe encontrando uma outra alternativa, um meio termo de ouro que me deixe usar os mesmos conceitos nas horas certas? Quem sabe eu não me atraso na palavra dolorida, me adianto no reflexo do instante ou espero a próxima mudança arrebatadora...Enquanto isso, deixo-me largada no calor tardio seguido pela chuva de verão. E lá se foi o mundo girando mais uma vez. Até logo...Até mais...Adeus!