segunda-feira, 25 de julho de 2011

Se faltam as palavras, o sorriso!

Ontem parei para refletir se alguém, assim como eu, já pensou na morte de uma pessoa pouco conhecida mas muito querida. Acredito que muitos já. Mas o fato é que depois de um telefonema recebido lá pelo anoitecer de um dia qualquer, eu parei para pensar. Meu peito doeu fundo. Não era sobre morte que a pessoa do outro lado da linha falava, mas sobre a doença e a dor enfrentada por duas pessoas queridas por mim e minha família. Meus tios.
Um dia após esse dia qualquer (que não foi nem de longe insignificante) viajei rumo a casa deles. Ao chegar lá, encontrei minha tia bem debilitada, mas usando de todas as forças para ajudar meu tio, que não conseguia sair da cama. Entrei no quarto com um sorrisinho meio bobo dançando nos lábios. Fui até o lado de sua cama e disse, baixinho: "Tio, lembra do violão? Então, trouxe para o senhor ouvir o que já aprendi!". Ele de imediato abriu um sorriso bonito e pediu ajuda para sentar , o que não fazia desde que saiu do hospital. Ajudamos ele a se sentar e me arrumei na cadeira para tocar "uns acordes". Meu objetivo era distraí-lo e mostrar que segui o rumo no qual ele mesmo me inspirou. Eu cantei a plenos pulmões e não percebi que ele havia fechado os olhos para melhor me ouvir. Quando estava para terminar a canção eu o olhei e senti me inundar algo que jamais havia conhecido antes: alegria pura e simples.
Para aquele momento eu não tenho uma só palavrinha que seja. Eu me aproveitei da alegria dele. E sei que jamais esquecerei aquele momento.
A tarde foi repleta de minhas canções de iniciante no violão, mas a voz me ajudou, confesso. Eu sorria de todo, assim como meu tio. Ele, assim como todas as vezes que o visitamos, tornou a me contar a sua história com minha tia. Cheia de peripécias e muito amor. Aquele amor verdadeiro e puro, que quando mesmo após 60 anos de casados, ainda assim olham-se com ternura. Onde aquele rapaz transparesse no olhar de homem senil, mas de boa memória. Ele finalizou a história olhando para minha tia, que estava na porta do quarto, e sorri alegremente. Torna a me olhar e diz: "Ela foi a melhor coisa que já me aconteceu. Eu a amo e agradeço todas as noites a Deus por ter me permitido uma vida ao lado dela". Sei que jamais conseguirei imaginar um sem o outro, pois se completam de todo. Esse sim, é o amor verdadeiro. Que ultrapassa os limites da razão humana. Esse sentimento é sentido por todos ao redor. Sentimento que talvez minha juventude não seja capaz de conhecer. Mas a história de ambos ficará para um outro "dia qualquer, mas de importância", mesmo porque, hoje, eu queria contar meu cotidiano. A felicidade que compartilhei com uma pessoa que agora me é bem conhecida, e extremamente amada. Meu tio, por partilhar aquele sorriso com uma pobre descrente, que agora crê, ao menos nos sorrisos de olhos fechados.
sexta-feira, 22 de julho de 2011

Depois de um tempo...

Confesso que me afastei de inúmeras situações e fatos durante os últimos meses. Mas o bom foi descobrir que o ser comum necessita de um momento a sós para organizar os pensamentos. Pois bem, minha confusão de ser pensante continua a mesma. E não quero me livrar dela por um bom tempo. Sei que não vou achar todas as respostas ou chegar a ver todas as portas abertas em meu caminho. Mas se tem uma coisa que aprendi durante essa reclusão e dormência de espírito foi que apesar dos pesares e de meus questionamentos, jamais conseguirei mudar o mundo. Logo, mudei a mim mesma. E asseguro aos que me conhecem que continuo a mesma maluca de sempre, só que agora encontrei meus argumentos e organizei meus pensamentos. Bem, aos que não me conhecem só tenho uma coisa a dizer: a vida é boa demais para passarmos por ela ser sorrir. Por mais obscuro e problemático que tudo possa parecer, aceite a verdade irrefutável de que tudo tem duas faces. Já dizia o sábio: "Há males que vêm para o bem".