segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ode ao Livro

"Um cheiro: de páginas.
Tanto faz se velhas ou novas;
Brancas ou amareladas
Mas sempre o mesmo vício.

O método: as palavras.
Métrica, versos soltos,
Não importa...
Mas sempre a história.


Uma sensação: o toque.
O leve roçar de dedos pelas capas aleatórias
Ou vontade de pousar sob um dos mistérios...
Mas sempre o contato.


Então, um mundo...
Pois um só mundo nunca trouxe!!
Deu-lhes o deleite das mil maravilhas
E dos dragões, e dos castelos, e dos amores, e das mortes...

Por fim, apesar de desvendado o segredo da felicidade,
Contou-lhes mais histórias...
Criou gula em mentes enferrujadas
Mostrou a felicidade solitária.

Dessa solidão, por si efêmera e doce,
Surgiram os Quixotes, as Cecílias, as Clarices...
Quando preferia-se o vil metal
Ainda pensavam os Drummond's, os Pessoas, os Nerudas...

E, assim, nosso mundo gira
Nosso, não! Dos outros...
Daqueles que enchem seus bolsos de dinheiro, do nosso suor!
Dos que idolatram a tela brilhante como índios quinhentistas.

Pois o "nosso" mundo é plural,
Sem semântica...Um pouco mais de paixão!
Nele existem bicicletas voadoras, pensadores suicidas e Casmurros amantes...
Há vida!

Encerro com as mais sinceras desculpas.
Por qualquer arrependimento ou abandono!
Ah, caro Livro...
Perdoe-lhes a rotina e a própria indulgência.

Mal sabem eles que não haverá mudança
Sem que exista cultura.
Ou sabem...
E preferem a escuridão da certeza cega."

Em homenagem ao Dia Mundial do Livro, eis uma história belíssima aos amantes de páginas:

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