terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O sorriso

 
Enquanto a cidade se mantém num caos cotidiano eu, que um dia serei adubo aos narcisos, fico sem ar frente o punhado de versos guturais. Sorrio diante minha própria ignorância humana. Não sei organizar minhas palavras para podê-las expressar senão no papel e, mesmo assim, não digo tudo. Sinto vontade de sentar à soleira da janela e o faço. Lá fora há transeuntes num passo frenético. Despontam expressões que apenas uma louca como eu poderia tentar compreender. De certa forma, todos sorriem para a vida. Afinal de contas, amanheceu. Ah, o sorriso. Ele tem mil formas e sentidos e, ainda assim, é apenas sorriso. Tem aqueles que nascem nos olhos e se demoram na face até morrer nos lábios. Outros que são amarelados ou polidos. Existem os que deduram a mentira ou o desejo. Alguns acompanham as lágrimas. Tem os que de tão sorriso viram gargalhada. E, por fim, aqueles que só existem para encantar, vivendo nos cantos de lábios. O que faz do sorriso algo tão especial é a maneira com que o indivíduo o usa. Após tal reflexão me pego sorrindo novamente. E se nós, humanos, tivéssemos a capacidade de sorrir como as crianças? Bem, nós temos o método. Mas nos falta a vontade. Como os seres mais inteligentes da Terra deveríamos procurar menos motivos e mais naturalidade. Quem sabe assim, com cada sorriso não podemos fazer feliz o dia de um outro alguém? Pois eu sei que se sorrio a um estranho na rua esse mesmo riso poderá voltar para mim através da disseminação. Não custa tentar. E, viu leitor, talvez você não me veja hoje, amanhã ou semana que vem...Mas saiba que estarei te sorrindo através de cada verso meio meu, meio teu. Você pode entregá-lo a um outro alguém? Obrigada.

2 comentários:

Fábia disse...

Sorria!!!
Essa é minha filha linda...
Continue sendo essa amante
das letras, fã incondicional da arte de escrever, de ser e fazer acontecer!
Te Amo!!!
Mil beijos.

disse...

Own... [<3]