terça-feira, 25 de outubro de 2011

D'attente à la fenêtre

Espero.
Espero o dia em que as nuvens serão apreciadas como devem
Algodões que nos avisam um sol futuro
Aguardo o momento em que o sorriso ultrapassará palavras ríspidas
E a ironia será diferente de sarcasmo
Vou esperar o tempo em que me será fácil apreciar um abraço sincero
Uma flor, um espinho,
O calor do carinho...
Aguardo os versos soltos e entupidos de veracidade
Sem rodeios. Discurso direto. Sem preposição.
À moda gramatical.
Com o som de um simples sujeito: Eu.
Que grita e surra diariamente.
Me provoca de dentro, causando tremor
E me mantém viva.
Não. Não vou depender da ideia de ninguém
Não confio o bastante para meu eu virar nós
Que só serve pra enrolar, torcer e marcar.
Cuido de mim de maneira limpa
Não minto nas palavras ou na voz cancioneira
Aprendi que pra dor ou por ela não se mente
E quando o fazemos, prorrogamos
Não tem valia. Devemos concordar.
Mas então, já te contei que eu espero?

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